domingo, novembro 19, 2006

Fundação Gulbenkian defende a criação do programa “Mozart” de intercâmbio para artistas


Rui Vilar, presidente da Fundação Gulbenkian, defendeu a criação de “Mozart”, um programa de intercâmbio para artistas e criadores, no espaço europeu, à semelhança do programa Erasmus, direccionado para estudantes.
Em declarações à agência Lusa em Berlim, onde participou na conferência cultural A Soul for Europe (Dar uma Alma à Europa), o presidente da Gulbenkian disse que "a Europa devia lançar um programa para a mobilidade dos artistas e dos criadores, tal como tem um programa, o Erasmus, para assegurar o intercâmbio de estudantes". Para Rui Vilar "é altura de a União Europeia fazer um esforço adicional para assegurar a mobilidade e o intercâmbio dos seus artistas e criadores".
No discurso que proferiu em Berlim, Rui Vilar deu destaque ao papel da criatividade como inovação, sendo a inovação, por sua vez, "condição essencial" para a Europa ser mais competitiva, face ao desafio global que tem diante de si. "Nós temos nas nossas universidades, nos nossos institutos de investigação, nos nossos artistas, um valor que podemos aproveitar melhor, e as fundações, como representantes da sociedade civil, podem ter um papel a desempenhar neste aspecto", disse.
De acordo com o jornal Público, o presidente da Gulbenkian afirmou que a sua fundação tem uma dimensão internacional e está empenhada em apoiar "um movimento que significa revitalizar a cultura europeia, um activo muito importante para prosseguir o projecto europeu".
Além da Gulbenkian, outras três grandes fundações europeias, a Compagnia de San Paolo (Itália), a Stiftelsen Riksbankens Jubileumsfond (Suécia) e a Robert Bosch Stiftung (Alemanha), patrocinaram a segunda edição da Conferência Dar uma Alma à Europa, que teve início no dia 17 de Novembro e terminou hoje em Berlim.
Isabel Pires de Lima, ministra portuguesa da cultura, também participou nesta conferência, num painel sobre a cultura como componente da política europeia.