quinta-feira, maio 24, 2007

S. João combate bactéria que infectou oito crianças


Uma bactéria rara (klebsiella ornithinolytica) infectou 8 crianças internadas no hospital de S. João. Esta bactéria foi detectada há mais de uma semana no controlo de esterilização das bolsas de alimentação por via parentérica, que são produzidas neste estabelecimento desde 1987.
Uma das crianças infectadas, com 20 meses de idade, acabou por falecer, embora seja cedo para adiantar que as causas deste óbito se relacionam com a presença da dita bactéria. Segundo Margarida Tavares, médica adjunta da direcção clínica do Hospital de S. João, a criança atrás referida apresentava um quadro debilitado, pois estava infectada por mais duas bactérias.
Duas das oito crianças tiveram já alta clínica. Segundo o Público, as cinco que continuam internadas, registam uma “evolução favorável relativamente a esta incorrência”. Três das crianças encontram-se agora no serviço de neonatologia, uma na unidade de cuidados intensivos pediátricos e outra no serviço de pediatria.
Margarida Tavares, adianta ainda que “não se sabe como pode evoluir e qual o contributo desta infecção bacteriológica para o estado actual destas crianças", na medida em que, "estamos a falar de crianças com uma sobrevida, à partida muito comprometida, isto é, crianças cuja possibilidade de sobrevivência é muito baixa".
A produção das bolsas de nutrição parentérica, onde são colocados os nutrientes adequados a cada paciente e depois administrados através das veias, foi suspensa, uma vez que ainda não foi possível detectar a fonte de contaminação.
Segundo um comunicado feito à Agência Lusa, “Na sua linha de produção, o Hospital de S. João cumpre as boas práticas de fabrico em ambiente estéril e, como garantia de qualidade de produção, faz diariamente a todas as bolsas vigilância microbiológica"
Foi feita uma auditoria ao circuito de produção e esta não revelou qualquer quebra nos procedimentos de segurança e rotinas habituais.
Actualmente, as bolsas necessárias ao hospital estão a ser fornecidas pelo Hospital Maria Pia (Porto) e pelo centro hospitalar de Vila Nova de Gaia.